Ayahuasca como um fenômeno tríplice: Fator Pessoal
Como a Ayahuasca revela o nosso lado oculto, numa metáfora psicológica ‘abrindo as portas do inconsciente’, um enorme leque de opções e qualidade de experiências se apresentam. Na realidade essa poção psicoativa revela e liberta o que está dentro da pessoa, tornando a mente manifesta, ‘psicodélica’ como ‘manifestação da mente’ [De psic(o)- + gr. dêlos, ‘visível’, ‘manifesto’, ‘evidente’, + -ico]. Os conteúdos mentais se tornam sujeitos à observação e, por isso mesmo, à transformação. A fluidez e a qualidade do deslocamento do ayahuasqueiro nesse labirinto psíquico depende, antes de tudo, do fator pessoal, do ‘conteúdo’, incluindo os elementos do inconsciente pessoal, o registro da experiência de vida, assim como os mecanismos condicionantes em operação – recatos e defesas – a determinar a liberdade de opções, a qualidade, riqueza e legitimidade das interpretações, enfim, os principais desafios do indivíduo. A decodificação das experiências exigem sensibilidade e inteligência. Outros aspetos importantes do conteúdo consistem nos valores e critérios pessoais: atitudes, aspirações, expectação, intenção e ética. Estes elementos irão influenciar a atração da atenção e determinarão o modo da pessoa lidar com o material psíquico revelado.